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  • Quais podem ser os benefícios da relação palhaço/paciente e outras pessoas que estão no ambiente hospitalar como acompanhantes e funcionários?
     

Os benefícios são imediatos, pois a postura muda, o olhar, entramos no quarto, muitas vezes com pacientes e acompanhantes com olhares distantes, talvez sem esperança e assim que entra no quarto, a figura do palhaço já os remete à infância e a aceitação é imediata.

Os profissionais são os nossos maiores fãs, pois eles acreditam que a visita do Dr.Palhaço valoriza a profissão, além de ajudar ludicamente no tratamento de pacientes mais difíceis, ou rebeldes.

 

  • O que o Riso ou a “Risoterapia” pode trazer para a saúde física, mental e social desses pacientes?
     

Já é comprovado que o riso aumenta a produção um hormônio que é responsável pela sensação de bem estar (esqueci o nome, pesquisem por favor...rs) [endorfina] e por isso os pacientes tendem a sentir menos dor, as reclamações diminuem e o tratamento, por vezes acaba ficando menos “chato”.

 

  • O envolvimento do paciente com o voluntário, em questão de “afeto”, pode vir a ser prejudicial?
     

Não, porque doamos amor e isso nunca é prejudicial. Nós palhaços nos preparamos em curso para que o personagem esteja à frente dessas situações, afim de evitarmos sofrimentos à nós mesmos, pois sabemos da nossa impotência perante à doença e por vezes à morte. Lamentamos à cada perda, mas seguimos em frente com os próximos atendimentos.

 

  • O envolvimento com os pacientes pode refletir nos voluntários e em suas vidas pessoais?
     

No meu caso em específico não e somos orientados em aula, que não vamos mudar a vida e nem salvar ninguém, por isso esse envolvimento é pouco provável.

 

  • Quais seriam os principais motivos das pessoas se
    proporem a fazer este trabalho voluntário de humanização?

     

Vontade de ajudar o próximo;

Devolver à sociedade todo o bem que recebemos;

Gostar de ser palhaço;

Fazer a sua parte para um mundo melhor;

 

  • Como a “misericórdia” pode de encontrar neste tema?
     

Não sei te responder, não vejo e nunca vi por esse lado o trabalho voluntário, pois acredito que ser voluntário, ter a necessidade de ajudar ao próximo é um dom, assim como uma pessoa que sabe desenhar bem…

 

  • Quanto você considera importante essa terapia do riso, e em quais casos?
     

Ela é importante para os dois lados, pois sacia a vontade do voluntário de se doar e aumenta o bem estar de todos que são atendidos em cada intervenção.

 

  • Por último, gostaríamos que se houver um relato que quiser compartilhar conosco ou deixar uma mensagem de opinião sobre o assunto, fique à vontade Ana.


“Uma vez entramos no quarto de um garoto que tinha perdido os movimentos das pernas, no procedimento de transplante cardíaco. Colamos adesivos de ‘boas energias” nas pernas dele e continuamos a conversar com ele e o pai, sobre diversos assuntos palhacísticos…rs. Daí esse paciente pediu para tirar uma foto e sentado na cama cruzando as pernas como se nunca tivesse perdido os movimentos. As enfermeiras começaram a chorar, o pai fico super emocionado e talvez nosso trabalho tenha sido apenas um motivo para ele esquecer essa paralisia.”

 

Outra parte importante é que esse trabalho é respaldado por um curso de 06 meses de formação, com técnicas para lidar com diversas situações do âmbito hospitalar, higienização das mãos, respeito aos profissionais da saúde, pois uma intervenção somente de ‘palhaçadas” pode gerar um transtorno maior ainda para o paciente.

 

  • Alunas: É  verdade Ana, nosso muito obrigado pelas respostas. Parabéns pelo seu trabalho voluntário.
     

 Entrevista concedida em 17/05/2016


Ana Paula Alberico em sua personagem Palhaça Matraka.
Entrevista com Ana Paula Aberico
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